Accéder au contenu principal

UN TELEGRAFISTA ARGENTINO (por Luis Horta)


Um telegrafista argentino

  • 23 de janeiro de 2013|
  •  
  • 23h00|
  • Por Luiz Horta
São tantas as curiosidades em torno do Domaine du Vieux Télégraphe que nem sei por qual delas começar. Farei cronologicamente, então.
Em 1794, em pleno rebuliço pós-Revolução Francesa, Claude Chappe, um inventor francês, cria um sistema que chamou de telégrafo ótico. Torres com pás móveis controladas mecanicamente que enviavam mensagens, mais ou menos como o sistema de bandeiras da marinha. Distâncias de 12 a 25 quilômetros separavam as centenas de casinhas, que funcionaram bem, mandando mensagens cruciais de centenas de quilômetros a Paris em menos de uma hora.
A aparição do telégrafo elétrico tornou o sistema obsoleto. Mas e o vinho? Chappe bebia? Produzia? Não. Sua relação conhecida com meu assunto é que uma das primeiras torres Chappe estava fincada no meio de um privilegiado terroir do sul do Rhône, o vinhedo La Crau, de onde sai o Vieux Télégraphe, nome mais imediatamente relacionado com a apelação Châteauneuf-du-Pape. Ufa! Cheguei ao tema. Glupt! é cultura e história e uma dose de table talking.
Borsi. Argentino trabalhou em Bordeaux e se tornou enólogo de famoso Rhône. FOTO: Luiz Horta/Estadão
Tive um encontro muito proveitoso com o enólogo do Domaine (e de outros dois pertencentes à família Brunier), Leo Borsi. Aqui surge outra curiosidade: Borsi é argentino, de San Rafael, Mendoza. Estudou agronomia na terra natal e foi fazer faculdade em Montpellier. Estagiou e trabalhou em Bordeaux, na Borgonha, e finalmente se tornou enólogo do famoso vinho. E produz um vinho próprio de Malbec em Mendoza, que infelizmente não provei.
Rhône norte é o reino da Syrah mais expressiva. Rhône sul cede a prevalência à Grenache, com um papel importante para a Mourvèdre. Provamos a safra corrente, a 2009 (R$ 488, Ravin Importadora, tel. 5574-5789), vinho ainda intenso e para guarda, com um delicado aroma de frutas vermelhas, excelente estrutura e taninos bem presentes, mas de muita fineza. O porcentual de Mourvèdre no corte (15%) proporciona peso, e um toque de Syrah (5%) agrega notas aromáticas de pimenta-do-reino moída. A região é famosa pelos seixos arredondados, que seguram o intenso calor do sul e fazem a maturação das uvas ser perfeita. Borsi trouxe, para compararmos, um 1998, e aí deu para entender a fama do vinho. Estava soberbo, elegante, com a mesma grande estrutura imponente, mas os taninos totalmente afinados e para beber com voracidade. Precisamos mais paciência, esperar para que os vinhos cheguem no momento exato de sua evolução e bebê-los. Claro que isso não é fácil. Temos pressa, os vinhos são caros, guardá-los sai caríssimo e a vontade de desarrolho frenético é irresistível.
Para isso a família Brunier tem outros vinhos. O La Roquette, com 70% Grenache Noir, 20% Syrah e 10% Mourvèdre (R$ 288, Ravin), está mais pronto para beber, embora seja também capaz de longa espera. É potente e opulento, com 14,5% de álcool que não se nota na boca. E um Gigondas, o Les Pallières Terrasse du Diable 2009, pura alegria, muita fruta, e o mais perfeito para comida. Quando em dúvida sobre o que beber na região, arrisque um Gigondas, vinho que faz aparecer na minha cabeça a imagem de uma toalha xadrez de almoço ao ar livre, copos simples e longas refeições. Custa a metade dos grandes Châteauneufs e é delicioso, embora longe de ser barato (R$ 238). O Terrasse du Diable é quase totalmente Grenache, com taninos macios e acidez matadora de sede.
Vieux Télégraphe 09 – Excelente
Nariz picante e intenso de frutas. Boca muito potente, boa acidez, taninos presentes mas finos, para esperar alguns anos.

Posts les plus consultés de ce blog

UN TRIO DE GRANDES ENOLOGOS RESPONDEN... in OLEO Dixit by F. Couto

En plena pandemia, la industria vitivinícola no es ajena al Coronavirus y con inusitado esfuerzo acaba de finalizar una cosecha atípica y complicada. De manera virtual, decidí unir tres enólogos, destacados en lo suyo, hacedores de vinos maravillosos, para muchos memorables, pero estos tres enólogos quizás no son tan conocidos, por mantener un cierto bajo perfil. Ajouter une légende Federico Bizzotto , es el jefe de enólogos de una Bodega la cual particularmente me gustan mucho sus vinos, Budeguer , vinos de una gran personalidad e incitadores a ser disfrutados a fondo. Felipe Stahlschmidt es un joven y promisorio enólogo que habiendo pasado por Catena Zapata, decidió timonear una tradicional de más de 126 años como es Pascual Toso , su talento consiste en insuflar actualidad a los vinos de una Bodega cuyo espíritu siempre ha ostentado tradicionalidad. E n tercer lugar tenemos a Leo Borsi , oriundo de San Rafael, estudió viticultura en Francia donde vivió casi 20 años, en la

VITICULTURA ESPONTANEA Una vuelta a la madre.

Estábamos al sur del rio Mendoza, en Perdriel. Íbamos llegando a la finca El Mirlo hace ya unos años. Una vieja bodega donde solo los cilindros de material quedaban y 6 hectáreas que en algún tiempo tuvieron viñas. Viñas que trabajaba la familia Monneret. Cuyos descendientes solo queda Graciana y Eloísa.  Graciana casada con Ricardo Garcia ingeniero agrónomo alias “Charly”. Allí, se respiraba cierto aire vitícola un poco carcomido por el paso del tiempo y las crisis argentinas.  Encontramos un grupo de plantas que para sorpresa mía no había sido trabajad desde años. Libradas a su pasar (o pesar) y quizás algunos litros de agua que se le escapaban al regador de la finca vecina. Rápidamente, con Charly nos miramos y dijimos: ¿¿y esto como ha sobrevivido??  Llegada la primavera, las plantas brotaron. Luego sus brotes crecieron y se fueron amarrando en un alambrado y en algunos árboles. Finalmente, para sorpresa nuestra: unas inflorescencias se abrieron y se transformaron l

LA BORGOÑA VITICOLA: historia, usos y costumbres de una region predilecta.

Primera parte Master Œnology Université de Bourgogne Master Spécialisé in International Wine & Spirits Trade ESC Group - Burgundy School of Business Correspondencia: borsileo@yahoo.fr Publication:“El vino y su Industria” Feb.2006. MENDOZA ARGENTINA INTRODUCCION Tierras de tradición y de historia, de viñas y vinos, la Borgoña. Modelo de trabajo y espiritu, de calidad y de pasión. La realidad de esa región la convierte en una zona predilecta para la producción de vinos de alta calidad y de notable reconocimiento. En este primer artículo el lector encontrará algunos elementos generales que le ayudarán al conocimiento o a la comprensión de la Borgoña. Otras publicaciones futuras seran consagradas a las prácticas vitícolas y enológicas típicas. Foto de Pernand Vergeles SITUACION GEOGRAFICA Desde la Antiguedad, Borgoña es un lugar de pasaje. Esta región se encuentra en el gran eje que conduce a Europa desde el Norte hacia el Mediterráneo. La gran Borgoña se divide en cuatro departamento